quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ABARAM NAS MÃOS DO REGENTE

Por Benedicto Arrueira Neto

O Regente torna-se tão popular que o exilado Adnarim viu-se ameaçado, afinal, seu plano consistia em retornar do exílio como um possível candidato a Presidencia de Abaram, considerando que proclamar a republica era tarefa agora do tal Regente, diga-se de passagem, escolhido por ele, e que cuja popularidade crescia ameaçando, logicamente, o seu plano.
Assim, partiu nosso exilado rei para uma ofensiva bastante dura, com poderosas cartas (dinheiro) escondidas embaixo da manga, Adnarim recorreu de sua deposição às instancias superiores do império, buscando o apoio do Imperador e do senado imperial.
Nosso Regente, percebendo que não poderia lutar contra o Imperador e ainda contra o Senado Imperial, inusitadamente abraçou uma estratégia interessante e certamente inteligente. Esta estratégia estava pautada em esconder sua ambição pessoal e mostrar a todas as classes do Reino que ele nada mais era, do que um fiel serviçal do Rei deposto, imputando-lhe as honras e os méritos de todos os benefícios que tornaram Abaram nos últimos anos, um reino forte e consistente.
Dizia ao Senado do Reino, aos empresários e ao povo que o caminho do desenvolvimento de Abaram, o fortalecimento de sua condição de reino prospero e politicamente forte junto ao Império só foi possível através da postura forte, firme e inteligente de Adnarim.
Bem orientado e articulado com os Senadores de sua base política, criou o Movimento de Apoio ao Rei Deposto, com o intuito de fortalecer o discurso de Adnarim junto ao Império. E para credibilizar ainda mais o Discurso do atordoado Adnarim que, a nosso ver, teve que engolir a parceria do Regente a contra gosto, pois foi justamente através da popularidade do Regente que todos embarcaram nesta carruagem (situação e oposição bem como os anarquistas).
Durante os sucessivos meses da administração do Simpático Regente o movimento crescia, crescia e espantava a todos. O MARFODA, como era chamado chegou a colocar quase 100.000 pessoas na rua clamando o retorno de Adnarim. Ao perceber que a situação era de grande importância para o império e que Adnarim poderia vir a se tornar um importante aliado do Imperador contra os exércitos vermelhos que cercavam o Império, o Senado Imperial tomou a importante decisão de conduzir novamente Adnarim à condição de Rei de Abaram.
Desta forma fora definido que sua nova Coroação aconteceria uma semana após a decisão final do Senado Imperial.
Para recepcionar o Rei Adnarim que imediatamente dirigiu-se a Abaram, O quase ex-regente articulou uma grande recepção com direito a palanque, discurso e tal. Todos esperavam que o Rei demonstrasse, pelo menos, um pouco de gratidão a todos e que ele esquecesse as suas ameaças de retaliação. Que ao retornar o Rei tivesse adquirido um pouco de humildade considerando as agruras do período que ficou sem poder. No entanto...
...Como diziam alguns céticos que de longe acompanhavam todo o processo sem tomar partido ou posição: “Deve-se fazer o bem, não importa a quem, mas não espere nada em troca”, ou melhor, como se diz em Abaramês bem claro: “ Rovaf nuhnen ier od erepse oan “. Assim foi. O Rei e sua comitiva passaram pela concentração do movimento, sem oportunizar nenhum aceno, nenhum gesto nada absolutamente nada. As bandeiras agitadas, os gritos de Salve Adnarim – O trator, Viva o Rei, o Rei retornou ficaram para trás com uma rapidez incrível (parece até que turbinaram as carruagens).
Um manto negro se estendeu pelo reino, o sol poente perdeu-se na escuridão...
...Nada de poente de fogo. O pior: - nada de GRATIDÃO!
Ao falar de sua vitoria após a coroação Adnarim concedeu entrevista para os veículos de comunicação. O Rei Tirano, ingrato como sempre, disse que o Movimento (MARFODA mais parecido agora com ME FODA Adnarim) atrapalhou por demais as negociações de seu retorno, que ele deve tudo aos grandes Advogados e oradores que contratou na capital do Imperio, que o próprio imperador lavou as mãos no seu caso, imitando inclusive o gesto de Pilatos e principalmente estava de volta ao reino com a mesma austeridade e princípios com os quais fora deposto e que o TRATOR esta de volta mais duro que nunca.

Epilogo:

Uma semana antes de Adnarim ser reconduzido ao trono de Abaram, em terreno neutro, na fronteira do reino de Abaram com a Capital do Império, duas imponentes figuras descem de suas carruagens reais ostentando manto e capuz para esconder seus rostos de poucos agricultores que, de longe, observavam temerosos a movimentação.
Trocaram palavras e gestos por alguns minutos, tendo o mais baixo entregue ao outro um pergaminho selado com o brasão imperial, afastando-se mutuamente em direções opostas.


O GOLPE DE MESTRE DO IMPERADOR


Eis a surpresa estampada em todos os jornais de Abaram e do Império um dia após a coroação de Adnarim:

Por decreto imperial fica estabelecido que:
Por determinação e zelo fica estabelecido que nenhum rei ou regente submetido ao Império do Grão Pará, que esteja ocupando a Gestão de qualquer Reino na fase de transição Política para a condição de Republica poderá concorrer a condição de Presidente na primeira eleição.
Al Enetaj Oamis – Imperador do Grão Pará

Motivado pela desconfiança natural de sua estirpe e origem, o imperador que conhecia Adnarim melhor que qualquer outro, uma vez que ele mesmo já havia sido traído pelo nosso pequeno e desprezível Rei Tirano em vários outros momentos no passado, em um instante qualquer entre a decisão de reconduzir Adnarim ao Trono e a sua eventual Coroação. O imperador encontrou-se com o ex-Regente e passou-lhe a Arma mais sutil e Poderosa que nossa vã imaginação poderia criar. A arma que só poderia ser usada após a coroação de Adnarim, quando este estivesse se sentindo seguro de sua condição imutável, quando esse estivesse se achando intocável e finalmente quando este demonstrasse publicamente a sua ingratidão ao imperador e ao MARFODA.

O resultado dessa novidade foi ouvido aos quatro cantos do reino de Abaram:

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOO


Mas o final da historia fica para o próximo capitulo: REPUBLICA E ELEIÇÃO

5 comentários:

  1. Não tens coragem de falar abertamente, fica com frases escritas de tras pra frente, achas que o povo e burro, ou estais querendo aparecer e pegar novamente na saia da viuva, (entendeu??????

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  2. Anonimo,
    O Autor não te deve explicações... pegar na saia da viúva eu? porque? por acaso estas projetando em mim uma vontade tua?

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  3. Tenho apreciado bastante essa leitura, talvez alguns analfas não entende e ainda tentam fazer ofensas sem pelo menos fazer uma reflexão profunda do reino em que vive.

    valeu!!

    Ops: senti sua falta no IV Fórum.....

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  4. Companheiro Ribamar,

    em nome de meu obscuro amigo Benedicto agradeço-lhe pelos elogios às cronicas... Creio que muito do que está escrito, certamente, é a visão de parte significativa de nossa sociedade pensante e até dos pseudo-pensantes. Algo que muita gente tem vontade de dizer e não diz por medo, por atrelamento politico ou mesmo por falta de vergonha.
    As similaridades com uma certa cidade amazônica é até proposital.
    Os contos mostram o quanto a gente é pequeno neste jogo de poder e interesses.
    Muita gente não entende e queima, denigre, fala mal etc.
    Da mesma forma muita gente que convive com vc e outros que convivem comigo não entendem o respeito que tenho por você embora sejamos pessoas com principios ideologicos diferentes, com opiniões divergentes.
    Creio que o respeito é mutuo! Por isso digo sempre: - FODAM-SE, eu o respeito porque ele é autentico. Pronto.
    Quanto ao FORUM... Cara eu me recolhi, estou estudando, construindo situações pra mim. Não tive como participar.
    Mas sabendo que vc estava lá, creio que vc combateu o bom combate. sinto-me de, de certa forma, até representado.
    Mas minha postura não me permitiria participar de algo que na verdade eu considero um arremedo do que fizemos no passado. Não posso de maneira alguma legitimar um secret... e um governo que tem tentado de toda as formas, com injurias difamações etc. destruir o meu nome e a minha contribuição na criação do sistema municipal de meio ambiente.

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