sábado, 13 de agosto de 2011

Bom Senso e outras “cositas mais" !!! diga "SIM" Pro CARAJÁS

Por: Tony Rosa



Nosso anseio pela criação do Estado de Carajás certamente é o maior embate político da historia de nossa região e com certeza o mais complexo até o momento.
Um dos aspectos que acentuam esta complexidade é o fato de termos em ambos os lados toda a sorte de pessoas, de idéias, de políticos, de técnicos, de personalidades e principalmente de interesses, além de todo tipo de caráter. Não esqueçamos ainda, que somos um só povo, independente de uns gostarem de tacacá e outros de churrasco, eu mesmo gosto dos dois e não esqueço que sou meio árabe, gosto muito de quibebe, de esfirra e kibe!
Meu pai, o Prof. Adalício de Macedo é de lá, do outro lado. Assim como a minha família possui posições diferenciadas, existem muitas outras que também tem. Os argumentos de meu pai e de meus irmãos por parte dele, não me convencem, não apenas pelo fato de ter nascido aqui, da família de minha mãe ser pioneira nesta terra e de ter ajudado a desbravá-la, mas porque vivo e entendo as necessidades e os problemas de meu povo, de minha região, do lugar onde escolhi para viver, militar politico-profissionalmente e morrer. Somos uma família, independente de onde viemos. Se formos árabes, maranhenses, gaúchos, goianos, norte paraenses ou qualquer outra coisa, fincamos nossos pés e estamos fazendo, ou melhor, construindo as nossas historias pessoais.
Muitos sul paraenses, militantes de partidos de extrema esquerda, justificam seu voto contrario a nossa emancipação político-administrativa, por acharem que nossa luta, nada mais é, do que um golpe de políticos contrários aos seus ideais socialistas marxistas e trotskistas, para chegar ao poder. Que é formado por empresários e “estrangeiros” que querem explorar nossa terra. Por acreditarem que o movimento é liderado por corruptos e latifundiários etc. Eles esquecem que do lado que estão agora, também estão as oligarquias paraenses que nos impõe a sua visão escravocrata, que nos transforma em seus vassalos e escravos, o velho núcleo centralista da capital que daqui levam tudo e nos mandam migalhas, que do lado de lá estão aqueles que se acham superiores, melhores profissionais, melhores consultores, que vem aqui uma vez ou outra apenas pra nos dizer como devemos cuidar de nossa casa, que do lado que eles defendem agora também estão toda sorte de políticos, de pessoas com caráter duvidoso. No entanto, compreendo, que em ambos os lados também existem pessoas de qualidade, políticos sérios e comprometidos.
Esse discurso falido não cola agora. O momento é o do “sim” ou “não”. A próxima luta que será travada, se conseguirmos a emancipação é que separará o “joio” do “trigo”, mas se perdermos teremos que, da mesma forma, continuar lutando, pois creio que estas pessoas de “mal Juízo” que também existem do outro lado, ressentidas com a nossa tentativa de liberdade tentarão nos pisar a todo custo.
Se vencermos, caros contrários, o nosso povo é que definirá os nossos rumos e o que queremos para a nossa historia. Os diagnósticos econômicos, sociais, ambientais etc. e tal. que demonstram a viabilidade da emancipação nos permitem visualizar vários caminhos, mas quem definirá quais seguir vai ser o nosso povo. Todos nós.
O fato é que o estado de Carajás é inegavelmente uma necessidade, quer os contrários queiram ou não. Está comprovado, que o Pará é ingovernável do tamanho que é, e que, por mais boa vontade que os governos atual e anteriores tenha ou tiveram sempre haverá e houveram desigualdades na distribuição dos benefícios. Unificado o Pará não é economicamente sustentável, e as regiões com maior densidade populacional sempre elegerão uma maior bancada e inevitavelmente, arrebanhará um maior volume de recursos, e através deste, os benefícios. Por nossa vez, ficaremos com as migalhas, com as sobras.

No entanto, nossa emancipação. de forma alguma. deve ser pautada em ódio, em ressentimento, nem em ciúme; e sim na JUSTIÇA. Lêdo engano, quem pensa que o Pará perderá, não se perde o que esta esquecido, o que foi renegado e fadado a permanecer assim, como nós estamos.
Nos representamos cerca de 30% dos recursos arrecadados para as fontes estaduais, mas a maior parte da arrecadação estadual é e recolhida da região metropolitana e da capital do Pará. Nossos 30%, frente a recente descoberta da maior jazida de petróleo do Pais, que esta situada na costa paraense (de Belém a Salinas) substituirá a perda provocada pela nossa emancipação e ampliará a capacidade econômica do remanescente, ou melhor de nosso estado Mãe.
Nossa arrecadação, somada aos investimentos federais na estruturação de Carajás e nos repasses que virão para a manutenção do estado darão conta de nossa demanda. Apostamos ainda, na ampliação de nossa capacidade de arrecadação, nos investimentos que virão e na sustentabilidade de nossa base produtiva industrial, no agronegócio, na pecuária e principalmente nas atividades ambientalmente sustentáveis, que estão se desenvolvendo fortemente na região. Assim teremos um Estado Rico.
Diga “Sim” agora! Para conquistarmos a vitoria no plebiscito e logo após diga “não” aos aproveitadores, aos políticos corruptos, aos empresários que somente sugam os nossos recursos naturais e não investem em nossa região e no nosso povo. Dessa forma teremos um estado Sustentável, economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Eu acredito. Cabe a nós o nosso Destino.

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